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Youtube Shorts: conheça o novo concorrente do TikTok e Reels

Publicado em

22/02/2021 08h30

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Plataforma, testada na Índia, deve ter atuação ampliada em breve

Depois do Instagram lançar o Reels, o TikTok tem mais um concorrente para se preocupar. Como a repercussão dos vídeos curtos com edições engraçadas ainda parece longe do fim, outro grande player resolveu se envolver na briga por uma fatia desse público: o Google. Através de sua plataforma de vídeos, que é a mais usada no planeta, a gigante de Mountain View está entrando nesse mercado com o lançamento do Youtube Shorts.

 

O que é o Youtube Shorts?
Assim como o seu principal concorrente, o Youtube Shorts permite ao usuário gravar vídeos de até 15 segundos e editá-los utilizando diversas ferramentas para cortar cenas, aplicar detalhes, modificar a velocidade e inserir trilhas sonoras. Além disso, o aplicativo também conta com a função temporizador, para permitir gravações sem precisar ficar com o smartphone nas mãos.

 

O acesso ao YouTube Shorts vai ser direto pelo YouTube. Contudo, ele terá uma interface com estilo visual independente. O usuário poderá acessar esse novo recurso de diferentes formas dentro do aplicativo, seja ao lado dos Stories ou nas sugestões de vídeos.

 

O Youtube Shorts está disponível desde setembro de 2020 em fase beta na Índia. A escolha do local não foi por acaso. Além de ter uma população gigantesca, o governo local baniu o TikTok do país. Dessa forma, o Google espera que o Shorts consiga suprir essa carência do público que fazia uso do app.

 

Durante o período de testes, a expectativa é que novas ferramentas vão sendo adicionadas aos poucos. Ainda não há uma data certa para o lançamento do Youtube Shorts em outras localidades, embora a expectativa é de que ele chegue ao Brasil ainda no primeiro semestre de 2021.

 

O Google apostava na indefinição a respeito do TikTok nos Estados Unidos. Caso o aplicativo chinês fosse de fato banido do país (a possibilidade era real com Donald Trump na presidência) o Youtube Shorts ganharia força para substituí-lo na preferência dos usuários, tal como na Índia.

 

Porém, em novembro do ano passado o TikTok venceu na justiça e o governo Trump desistiu de tentar banir o aplicativo no país. Mesmo assim, o Youtube Shorts deverá seguir em desenvolvimento e disputar espaço no mercado com o aplicativo da ByteDance.

 

YouTube Shorts será adicionado ao aplicativo principal do YouTube — Foto: Divulgação/YouTube

 

Números animam desenvolvedores do Shorts
Se o TikTok é muito famoso pelos números estrondosos de visualizações de seus vídeos, pode ser que o Youtube Shorts realmente venha a se tornar um concorrente de peso.

 

Ainda em seu período de testes na Índia, o Youtube Shorts já contabiliza números que, se ainda estão longe das estatísticas maiúsculas do TikTok, não podem ser considerados desprezíveis.

 

De acordo com um comunicado emitido pela diretora executiva do Youtube, Susan Wojcicki, os vídeos do Shorts já atingiram mais de 3,5 bilhões de visualizações diárias. Para efeito de comparação: o TikTok teve cerca de 1 milhão de visualizações por dia em seu primeiro ano de existência.

Ainda no ano passado, o serviço do YouTube registrou US$ 15 bilhões de receita em publicidade, contra os US$ 177 milhões de compras no app do TikTok. Aproveitar essa diferença para ter vantagem e sair na frente, está nos planos da rede social.

Aplicativo disponível nos Estados Unidos

A previsão é de que ele chega em março nos Estados Unidos, ainda em uma versão beta. De acordo com o diretor de produto do YouTube, Neal Mohan, a partir do mês que vem a empresa vai expandir o acesso de criadores de conteúdo ao Shorts nos Estados Unidos, depois dos testes bem-sucedidos na Índia: “O número de canais indianos que usam o Shorts como ferramenta de criação mais do que triplicou, e o player do YouTube Shorts agora está recebendo mais de 3,5 bilhões de visualizações diárias em todo o mundo”, escreveu Mohan.

 

Em seu comunicado no blog oficial do YouTube, Mohan também anunciou novos recursos de monetização na plataforma, incluindo aplausos, que permitirão aos fãs comprar uma animação única de aplausos que aparece no topo do vídeo. Os criadores recebem uma determinada porcentagem da receita de cada aplauso comprado. A ferramenta é semelhante a já existente Super Chat, por exemplo. Mohan não disse quando o recurso estará disponível para os criadores, apenas que as pessoas poderão “desbloqueá-lo ainda este ano”.

 

Além disso, o YouTube também está testando a versão beta de uma “nova experiência de compra integrada” que será lançada ainda este ano. A ideia é que as pessoas possam comprar itens de canais em que confiam. Com isso, os criadores podem marcar produtos em seus vídeos, permitindo que os espectadores os comprem se quiserem, contanto que o produto esteja no catálogo do YouTube.