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Se eu fosse escrever um livro de marketing

Publicado em

09/12/2021 14h01

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Vontade e incentivo não faltam, talvez o que falte seja coragem. Algumas pessoas me pedem e eu até acredito que elas querem de verdade, afinal amigo bom é aquele massageia sua alma de forma bondosa, mas se eu fosse escrever um livro de marketing ele já teria estrutura montada na minha cabeça, e de forma bem simples seria estruturado em três partes, com um fluxo claro e em uma sequência temporal ascendente, das pessoas para as táticas e não ao contrário ou retalhado como muitos são

A parte um seria: “Onde tudo nasce, a cabeça do cliente e de toda a gente.”

A segunda parte trataria da grande estrutura de marketing: “Marketing, um grande guarda chuva amplo e acolhedor, onde cabem todas as estratégias, ações e ferramentas mercadológicas para atender o cliente”.

E a parte final seria sobre o que vislumbramos no futuro próximo: “O futuro, como a tecnologia e a natureza devem influenciar nosso trabalho de marketing.”

Vamos entender cada parte destes faladas acima:

 

Sobre a parte 1

A primeira parte seria dedicada ao coração da essência do marketing, a razão principal de nosso trabalho, o ser humano, as pessoas. Não tenho a presunção, e nem bagagem suficiente para esgotar este assunto, tem muito gente boa e estudiosa que se dedica a entender a natureza humana, filósofos, psicólogos, neurologistas, psiquiatras, sociólogos e historiadores, só para citar algumas profissões dedicadas ao tema, bebo destas fontes e subo em seus ombros para trazer para o Marketing estes ricos conhecimentos.

Entretanto não tem como falar de marketing sem falar de como pensam, decidem e se comportam as pessoas.

Aliás é totalmente incompleto e raso quem faz marketing sem colocar o ser humano, o cliente, no centro de seu trabalho.

Nesta primeira parte do livro eu escreveria sobretudo sobre o processo de decisão, como a emoção se antecipa a razão, como convivemos com nossos vieses e heurísticas, os atalhos mentais que agilizam e facilitam nosso processamento mental, sobretudo do sistema 1, mas que podem acarretar uma série de erros de avalição e de tomada de decisão. 

Atalhos como o Efeito Halo, ou a simplificação e extrapolação de nossa percepção e avaliação com base em uma primeira informação, como uma parte pode construir a imagem de um todo. Efeito Ancoragem, como o primeiro valor ou informação calibra a nossa escolha ou resposta; Heurística da disponibilidade, quando julgamos a frequência de um acontecimento pela facilidade com que ele vem a nossa mente. Falaríamos da memória, do foco e da atenção e como eles são fundamentais para a nossa percepção e avaliação de valor. 

Enfim um mundo vasto e  secreto que existe em nossa cabeça e que podem ajudar o marketing e as vendas, a sedução e a negociação, claro se bem compreendidos e usados.

 

Sobre a parte 2

E chegamos a segunda parte, entendido mais ou menos nossa natureza comportamental e decisória, precisamos entender com que estratégias e armas podemos agir neste cenário mercadológico.

A primeira coisa será novamente conceituar o marketing e fazer entender sua real natureza, que é atender as necessidades e desejos do ser humano, sejam eles funcionais ou psicológicos, sejam eles declarados ou ocultos, por meio da geração e entrega de valor, ou de forma mais coloquial, por meio da produção e entrega de soluções ou produtos certos, no tempo certo, no local certo, no preço certo para as pessoas certas, isto tudo em troca de um pagamento. Produzir e entregar valor em troca de um retorno.

Nesta parte eu ilustraria com um grande mapa mental todas as ramificações da indústria do marketing, da coleta de dados, planejamento, conceituação, desenvolvimento de produtos, branding até a entrega e promoção destes mesmos produtos no PDV. 

Toda a indústria seria decupada e teria clarificada seu papel e importância nesta grande teia de marketing, pesquisa, consultoria, planejamento, design, produtores, trade, merchandising, Visual Merchandising, publicidade, jornalismo, ciência de dados, enfim todos ali estariam representados. 

Enfocaria a importância do ajuste estratégico na eficácia das ações de marketing, ou seja, como a combinação e o ordenamento correto destas ferramentas fazem a diferença no resultado do trabalho. Frentes múltiplas, ferramentas múltiplas, sequência e frequência calibrada, potência e complementariedade das ações e esforços, o velho e bom composto de marketing, mas escrito de uma forma mais simplificado e acessível.

 

Sobre a parte final, a 3

Nesta parte do livro, falaríamos sobre o que vem por aí, ou o que provavelmente virá, já que ninguém tem a sabedoria para adivinhar o futuro, mas pelo menos temos grandes indicativos de como ele pode ser.

O comportamento humano vai mudar, nossa relação com o coletivo, com a igualdade irá evoluir? As relações pessoais e familiares vão exigir novas configurações, e como tudo isto impactará em nosso trabalho no marketing, eis os nossos desafios imediatos.

A natureza e os recursos naturais cada vez mais escassos vão transformar a maneira de consumirmos? Sustentabilidade, reutilização de recursos, novos comportamentos e prioridades, como vamos antecipar estas tendências e o que as empresas devem fazer desde já para serem vanguarda.

E é claro falaríamos do papel da tecnologia e informação neste último capítulo, metaverso, internet, inteligência artificial, internet das coisas, realidade aumentada e virtual, entretenimento, gestão de dados e neurotecnologia, a previsão do comportamento humano. Muita coisa para pensar já, agora.

Este seria meu sonho, escrever um livro de marketing como uma história, como uma jornada. Como dito no começo, não sei se terei coragem, sabedoria e disposição para tal ousadia, o futuro nos dirá.

 

Um abraço e um café!

 

Texto publicado na segunda edição impressa do Nosso Meio. 
Confira a edição aqui

 

Bosco Couto

É consultor de Marketing, branding e Estratégia e sócio fundador da BEING Marketing, formado em administração de empresas pela Universidade Estadual do Ceará, possuí 25 anos de experiência no mercado, já tendo prestado serviços de consultoria e realizado projetos de marketing para mais de 80 organizações, entidades e empresas em segmentos diversos. Além das consultorias e assessorias que realiza também ministra palestras e treinamentos sobre marketing, branding, vendas e estratégia.

 

Bosco Couto
Consultor de Marketing, branding e Estratégia e sócio fundador da BEING Marketing
Bosco Couto é consultor de Marketing, branding e Estratégia e sócio fundador da BEING Marketing, formado em administração de empresas pela Universidade Estadual do Ceará, possuí 25 anos de experiência no mercado, já tendo prestado serviços de consultoria e realizado projetos de marketing para mais de 80 organizações, entidades e empresas em segmentos diversos. Além das consultorias e assessorias que realiza também ministra palestras e treinamentos sobre marketing, branding, vendas e estratégia.