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No Dia do Compositor, conheça o multi-instrumentista e produtor musical Gustavo Portela

Publicado em

15/01/2022 08h00

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O artista transita em vários campos artísticos, com ênfase na música e no audiovisual

 

Há cerca de 20 anos, Gustavo Portela iniciou no mercado publicitário através do convite de amigos que conciliavam a carreira artística com as primeiras faculdades de publicidade em Fortaleza. Com a adesão da internet, acredita que houve uma pluralidade das linguagens, tornando o audiovisual mais acessível de ser produzido.  “Tivemos uma superexposição de diversas estéticas, o que tornou o ‘pop’ algo mais diverso e inclusivo. Artistas e estilos, que poucos conheciam, passaram a ser mais popularizados”, ressalta.

 

Quando o assunto é produção audiovisual para publicidade, os tradicionais jingles entram na discussão. Se antes eles tinham 30 segundos com fins exclusivos para venda, agora dão espaço para músicas mais complexas, que transmitem ideias, sentimentos e valores – o que é, efetivamente, a essência da propaganda. Sobre essa evolução, Gustavo comenta: “Os formatos tradicionais de rádio e TV estão dividindo espaço com a gigante internet. A internet permite formas mais diversas de diálogo com o público e o mercado publicitário precisa estar em constante adaptação. O mais legal disso é que a gente como criador tem agora mais liberdade para sugerir novos formatos. Uma mesma campanha pode estar adaptada para as diversas plataformas disponíveis com seus formatos diversos”, destaca o artista.

 

Gustavo Portela ainda ressalta a importância de conhecer as plataformas e o público-alvo que irão integrar a campanha para que a comunicação seja assertiva e compatível com o canal. “Seja rádio, TV, Twitter, TikTok, conhecendo o público, é possível produzir uma peça comovente e que tenha verdade. Acho importante também acreditar naquilo que se vende. Não aceito produzir um produto que possa me deixar desconfortável”, afirma.

 

Processo criativo na produção de jingles

 

Onde a arte e a comunicação assertiva encontram seu ponto de interseção? É com um briefing na mão que Gustavo Portela analisa as palavras-chave do produto, observa as regras de linguagem a exemplo de uso de gírias ou outro tipo de vocabulário. Depois, o especialista busca referências musicais do cliente e do público-alvo para tentar encontrar um ponto de encontro. A partir daí já se desenha a criação e é onde entra a arte, com a boa escolha da voz que irá representar a canção, que é a essência do jingle. 

 

Sobre apostas de produções audiovisuais na publicidade, Gustavo não titubeia: “Eu aposto na favela. No som e na estética do gueto, com seus personagens e sua habilidade de sobreviver”, conta. Sobre uma análise do segmento para 2022, é enfático: Precisamos cada vez mais de profissionais que compreendam as etapas do processo de produção. É interessante um perfil técnico multifuncional que consiga fazer locução, mixagem de som, jingle, executar a finalização, por exemplo. Você precisa realizar entregas completas e complexas para se destacar. Além disso, sinto que há uma demanda no audiovisual para 2022. É um ano eleitoral e de reabertura econômica, isso significa um boom na propaganda e uma experimentação de tecnologias e concepções artísticas”.

 

Portfólio de Gustavo Portela

 

Gustavo Portela transita em vários campos artísticos, com ênfase na música e no audiovisual. É pesquisador, multi-instrumentista, produtor musical, fotógrafo, cinegrafista e editor. Trabalha em harmonia com a Nova Música sempre em um movimento que se renova pesquisando a música brasileira. 

Como técnico e produtor, esteve envolvido nas gravações de importantes trabalhos cearenses: Orquestra Filarmônica Do Ceará, Tarcísio Sardinha, Nonato Luís, Raízes do Coco Caetanos de Cima (Amontada), Joaquim Ernesto Gadelha, Calé Alencar, Pingo de Fortaleza, Chico Pessoa, Maestro Poty, Banda Sátiros, Dona Zefinha, Pantico Rocha, Andréia Dias, Tal e Coisa (Itapipoca) e Banda Et Circensis, sendo esses três últimos apoiados por Editais de Incentivo às Artes no Ceará.

 

A trilha sonora do espetáculo O Presente de Cecília, realizado pela House Cultura & Cidadania e da Marquise Ambiental é um dos destaques que já circulou em quase todo o país. As 10 canções que ajudam a contar a história são na verdade 10 jingles que apresentam a ideia de um ecocidadão capaz de se modificar para tornar o mundo um lugar melhor. As percussões e baterias deste trabalho foram feitas por Gustavo Portela com objetos encontrados no lixo, como latas, sacos, restos de madeira e vidro. O projeto foi realizado em parceria com o publicitário, ator e dramaturgo Rafael Martins, que também é autor da peça.