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Lideranças femininas em setores majoritariamente dominados por homens

Publicado em

02/07/2021 15h40

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Não é de hoje que as mulheres estão inseridas em cargos estratégicos dentro do mercado. Atualmente elas chegam a tomar decisões de alto comando que influenciam em estratégias cada vez mais sólidas. Além de serem peças fundamentais do processo de reorganização cultural em tempos de transição como este que vivemos, as mulheres vêm conquistando salários equiparados e direitos iguais aos homens.

 

Uma conquista ansiada por mulheres, profissionais e líderes em setores ainda “dominados” por homens. Elas inspiram outras mulheres a progredirem na carreira e a acreditarem nas suas capacidades e, ao mesmo tempo, contribuem para que as crianças, tanto meninas como meninos, saibam que podem (e devem) escolher livremente o que querem ser, sem qualquer tipo de impedimento.

 

Karen Medeiros, fotógrafa profissional, inserida no mercado há 3 anos, conta que os maiores desafios que enfrenta por ser mulher na carreira de fotografia ainda é a subestimação, somente pelo fato de ser mulher, em uma sociedade que as mulheres não são vistas como líderes porque sempre estão em segundo plano. “Quando se fala em mulher e no seu papel imagina-se uma função de cuidado, amor, carinho… a gente nunca pensa na mulher como uma figura de autoridade, respeito e liderança. Então a dificuldade vai muito além. É uma dificuldade da liderança feminina, instalada há muito tempo na nossa sociedade, que a gente já se acostumou e é importante que sempre possa ter mulheres em cargos maiores para que a gente veja e aceite isso como normal.”

 

A profissional também enfatiza que é muito bom saber que nos dias de hoje cresceu a presença feminina no ramo da fotografia, no qual prioritariamente só existia o olhar masculino. E que com toda essa transformação é bastante satisfatório ver cada vez mais trabalhos femininos, mulheres se desafiando, mostrando o mundo como elas veem de verdade.

 

“Quando buscávamos fotógrafos, só apareciam homens, e ainda hoje o nosso olhar (como mulheres) é muito determinado pela nossa socialização machista. É fundamental para uma fotógrafa iniciante saber que existem mulheres no mercado, saber que fotógrafas hoje em dia dão cursos, palestras e são referências na área. É a nossa esperança. Hoje mulheres conseguem se inspirar em outras mulheres, isso é incrível.”

 

Nayara Oliveira, Publicitária/ Empreendedora, atuante no mercado de comunicação há 6 anos, conta que atuar em uma profissão em que a maioria dos profissionais do mercado são homens, é como se precisasse constantemente reafirmar a sua competência duas vezes, apesar da sua bagagem profissional ser equivalente ou muitas vezes superior. Para ela, o que ainda falta na área da comunicação é um espaço de protagonismo para as mulheres. “Apesar de sempre ter me dado bem com os meus colegas de trabalho nas agências que passei, sempre senti falta de mais mulheres, em cargos de liderança, ou na equipe mesmo e isso sempre me incomodou.”

 

Para a profissional, o tipo de representatividade das mulheres dentro da área em que atua é sobre empoderamento, protagonismo e independência. “ As mulheres na comunicação falam sobre protagonismo, empoderamento, elas representam um futuro onde teremos mais igualdade e um lugar independente do gênero, como a minha sócia sempre cita “há espaço para todos no mercado de trabalho” é isso que eu aprendo com as mulheres a minha volta, que ganhamos muito mais compartilhando, sendo empáticos, acolhendo e buscando sempre fazer diferente e melhor.”

 

Para Nayara, os desafios de uma liderança feminina dentro do mercado de trabalho serão sempre pela busca da perfeição em dobro, como prova da competência das mulheres. “A mulher a frente de um negócio enfrenta um desafio constante em busca de reconhecimento, enquanto para os homens é dado bem mais credibilidade, até no quesito valorização, embora estejamos falando do mesmo mercado de trabalho, levo em consideração que a estrutura social os favorece, e por mais que a gente drible com sucesso os desafios que estão no nosso caminho enquanto mulheres em cargos de liderança, eles existem e muitos deles são estruturais.”