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Enquanto uns choram, outros vendem lenços

Publicado em

24/05/2021 12h00

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Opinião

 

O ano era 2019 e em dezembro, os primeiros casos de infecção pelo Novo Coronavírus são registrados em um hospital de Wuhan, na China. As vítimas seriam frequentadoras de um mercado atacadista de animais.

 

A partir desse momento, só piorou. O Vírus se espalhou de forma tão rápida e eficaz que tomou conta do planeta igualando as classes sociais, gêneros e etnias existentes e mostrando que todos somos igualmente vulneráveis, mas isso é conversa para outro dia.

 

O que está em pauta é que o Novo Coronavírus ceifou e, ainda ceifa, a vida de milhares de pessoas até os dias atuais fazendo com que outras milhares, só que agora de, empresas pequenas, médias e grandes, tivessem sua saúde financeira comprometida, o que desencadeou a falência de vários negócios que imaginávamos, até então, serem extremamente promissores.

 

Estabelecia-se naquele momento, uma grande crise político-administrativa e financeira pelo mundo. E essa crise, meus amigos, pegou muita gente com as calças arreadas. O desespero foi generalizado. Também pudera, os projetos de vida e sonhos de milhares de pessoas iam, aos poucos, perdendo sua energia vital.

 

Diversas dúvidas surgiram em nossas cabeças: O que fazer nesse momento? Como reagir a isso? Será que vamos conseguir?

 

Perguntas que, para alguns, continuam sem resposta. Tudo era novo e não havia, pelo menos pras novas gerações, precedentes para tal calamidade e chegamos a um ponto que tínhamos apenas duas alternativas: colocar a mão na cabeça em forma de desespero e esperar um milagre ou arregaçar as mangas e colocar essa mesma cabeça pra funcionar, pois ainda havia uma luz no fim do túnel ou, pelo menos, deveria haver.

 

Infelizmente, para boa parte dos empreendedores, a única alternativa viável foi o desespero. Até porque, credores não param de cobrar e colaboradores precisam receber. Mas como isso é possível se nossas empresas estavam impedidas de abrir suas portas?

 

Pois bem, para que esse artigo não traga somente fatos desagradáveis, resolvi compartilhar com você a experiência de superação de uma rede da Rede de Laboratórios Carlos Ribeiro com mais de 300 colaboradores diretos e indiretos para usarmos como exemplo prático e tentar fazer com que essa luz, chegue ao seu negócio.

 

A rede de laboratórios em questão, que antes tinha como público-alvo ou persona, se assim preferir, atletas profissionais e semiprofissionais, se viu em uma encruzilhada. Os mesmos podiam atuar, por se tratar de uma empresa essencial enquadrada no nicho de saúde, mas não tinham clientes de fato nesse novo momento.

 

Foi então que a diretoria da empresa teve que tomar uma decisão rápida, séria e que poderia ser a redenção ou a ruína do negócio: mudar drasticamente a operação da empresa para tentar voltar a respirar em meio a crise. Mas isso, meus amigos, exige antes de tudo, coragem por parte do empreendedor.

 

A rede de laboratórios, que antes tinha como foco desportistas, reposicionou sua comunicação, adquiriu insumos e equipamentos, treinou seus colaboradores e passou a ser especialista em exames Covid-19. Isso mesmo, exames para detecção do vírus que há muito destrói os nossos sonhos e perspectivas. Seria hilário e irônico se centenas de famílias não dependessem dessa ação para sobreviver. Não é verdade?

 

De fato! Agora imagine toda a energia desprendida para que essa engrenagem pudesse rodar e atender a essa nova demanda com excelência. Imaginou? Acreditem ou não, meus amigos, o sangue voltou a fluir nas veias desse negócio como nunca.

 

Em apenas 14 dias a empresa começou a operar no novo seguimento e, talvez, nunca faturou tanto. Nesse mesmo período de crise, que se arrasta até hoje, a empresa foi obrigada a ampliar seu quadro de colaboradores contratando equipes para atendimento via coleta domiciliar. A mesma empresa também precisou ampliar sua atuação geográfica em mais 2 estados além do Ceará.

 

Compartilhei esse caso para que você entenda que nem tudo é o fim da picada. Você, empreendedor pequeno, médio ou grande, precisa entender e ter fé que, há sim uma luz no fim do túnel. Essa possivelmente não é sua primeira crise e nem vai ser a última.

 

Você será testado por diversas vezes durante sua trajetória empresarial e o limiar do seu sucesso será definido com base nas suas decisões e, principalmente, na sua coragem de agir durante a tormenta.

 

Pra finalizar e não me estender tanto gostaria de fazer-lhe uma única pergunta: quem é você nessa crise, o cara que chora ou o vendedor de lenços?

 

 

Lelo Maia

Publicitário, especialista em Marketing Digital, Eleitoral e de Varejo, e há 21 anos atua diretamente na criação de campanhas publicitárias para os mais diversos clientes. Durante todo esse período criou campanhas para clientes nacionais como GM do Brasil (Chevrolet), Betânia, Grupo Ypióca e diversas outras empresas relevantes no país. Há 9 anos migrou da propaganda tradicional para o Marketing Digital buscando novos desafios. E alí, se encontrou de uma vez por todas.