Responsabilidade

Documentário “Autismo: Vida Real” estreou neste sábado (30) em uma realização da Associação Fortaleza Azul (FAZ) e da Sinfonia Filmes

Publicado em

30/04/2022 13h09

Compartilhe
  • Whatsapp
  • Linkedin

Histórias de vida e de convívio diário de pessoas com autismo e de seus familiares, longe de narrativas romantizadas ou exageradas sobre o espectro autista. Assim é o documentário “Autismo: Vida Real”, uma realização da Associação Fortaleza Azul (FAZ) e da Sinfonia Filmes e que estreou neste sábado, dia 30 de abril, no canal do YouTube da Associação. A iniciativa faz parte das atividades promovidas pela entidade para o mês de Conscientização sobre o Autismo, cuja data mundial é o 2 de abril.

Ao longo de 50 minutos, “Autismo Vida: Real” traz múltiplas visões acerca do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), a partir de experiências, estudos e relatos de cientistas, médicos, psicopedagogos e terapeutas, e de vivências na prática por meio de depoimentos de pessoas com autismo, seus pais e familiares, desmistificando estigmas e preconceitos acerca da condição.

O filme foi produzido pela Sinfonia Filmes ao longo de três meses e foi apresentado inicialmente para os participantes do documentário, patrocinadores, parceiros e representantes de entidades públicas dos setores de saúde e educação.

Confira:

“Tivemos muito cuidado em trazer no filme informações verídicas, esclarecedores, embasadas e comprovadas cientificamente, assim como costumamos fazer em todo conteúdo difundido pela Associação Fortaleza Azul nas suas redes sociais. Unimos isso à vida real das pessoas que lidam diariamente com o espectro autista para mostrar que existem os desafios, mas também as conquistas. E a maior delas é a inclusão dessas pessoas na sociedade, com seus direitos respeitados e com oportunidade para mostrar que elas são capazes”, comenta Daniela Botelho, presidente da FAZ, instituição que reúne cerca de 400 autistas e seus familiares em Fortaleza.

“É importante também destacar que tem se falado bem mais sobre autismo ultimamente, e o diagnóstico tem sido igualmente ampliado. No entanto, as pessoas ainda costumam enxergar a pessoa com autismo somente em níveis extremos. Ou aquele que é muito comprometido, que necessita de um grau de suporte elevado. Ou aquela de alta performance, que muitas vezes é classificado como ´gênio´, mas que também tem suas limitações de convívio social. E a ampla maioria das pessoas no espectro autista está entre esses dois polos, o que dificulta demais a compreensão a respeito da sua situação e as suas necessidades. Com o filme, procuramos mostrar um pouco dessa realidade, de quem está compondo todos os níveis do espectro”, complementa Renata Fernandes, diretora da Associação.

A Associação está fazendo uma ampla campanha de divulgação para convidar a sociedade a assistir ao filme e levar as mensagens divulgadas para as suas redes de relacionamento.

“Estamos negociando também a exibição do documentário em redes de televisão públicas e privadas, em salas de cinema e em festivais e eventos de cinema no Ceará e em outros estados, para que o máximo possível de pessoas possa receber essas mensagens educativas e se emocionarem com essas histórias de vida”, reforça a presidente da FAZ, Daniela Botelho.

Autistas representam cerca de 1% da população mundial

Dados da OMS estimam que 70 milhões de pessoas no mundo vivem com alguma forma do transtorno, o que corresponde a cerca de 1% da população mundial. No Brasil, ainda não existem dados oficiais sobre esse público. Sancionada em 2019, a Lei 13.861 passou a obrigar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a perguntar sobre o autismo no censo populacional. Devido à pandemia, o censo que deveria ter sido realizado em 2020 só acontecerá neste ano. A partir de agosto de 2022, recenseadores do IBGE deverão passar a aplicar perguntas sobre o tema no questionário de amostra, como forma de mapear quantas pessoas vivem com o transtorno no País e quantas outras também podem ter, mas ainda não possuem o diagnóstico.

Para Daniela Botelho, presidente da Associação Fortaleza Azul (FAZ), a falta de um panorama sobre a população autista no Brasil dificulta a elaboração de políticas públicas voltadas para esse público.

Por falta de pesquisas concretas sobre a prevalência do autismo no país, o Brasil se baseia nos estudos do Center of Deseases Control and Prevention (CDC), agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, que, em dezembro de 2021 divulgou dados a respeito da prevalência de autismo entre crianças de 8 anos de idade. De acordo com o último relatório do órgão, houve um aumento de 22% em relação ao estudo anterior no número de crianças com autismo, que passou de 1 para cada 54 para 1 a cada 44.

Sobre a FAZ

Em Fortaleza, além do trabalho de acolhimento e inclusão junto às pessoas autistas e suas famílias, a FAZ, em parceria com profissionais de saúde, entidades governamentais e empresas, busca realizar ações que levem informações acerca do TEA para a população geral, para que, a partir do conhecimento possam se conscientizar e diminuir os estigmas sobre as pessoas que possuem a condição.

Entre as ações realizadas pela Associação também estão projetos como sessões de cinema adaptado para autistas; Jornadas de Autismo durante o Dia Mundial do Autismo, palestras em escolas e capacitação de educadores na inclusão de autistas nas escolas regulares; além de ações especiais em datas comemorativas e do projeto (TEA)MAR, que busca proporcionar bem estar, qualidade de vida e inclusão esportiva e social de pessoas dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e suas famílias, por meio de aulas gratuitas de stand-up paddle, esporte aquático que é uma variante do surf, no qual o praticante, em pé numa prancha, usa um remo para se mover através da água.

A atividade ajuda no processo de inclusão, de socialização e até mesmo como processo terapêutico, uma vez que trabalha o desenvolvimento motor e sensorial.

Para se associar à FAZ:

Inscrições pelo site: www.faz.org.br