Movimentos do mercado

Dia do Fotógrafo: profissionais cearenses falam sobre trajetória e tendências do mercado

Publicado em

08/01/2021 13h00

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No dia 8 de janeiro é celebrado o Dia do Fotógrafo, considerada a data que a primeira câmera fotográfica chegou ao Brasil, em 1840. A data marca o reconhecimento desse profissional de extrema importância para os comunicadores, que usa as lentes de uma câmera e é responsável por captar em uma fração de segundo imagens que ficam eternizadas.

 

O fotógrafo pode atuar na publicidade, jornalismo, cinema e ainda no campo artístico. Para isso, o profissional mistura técnicas fotográficas como efeitos de luz, ângulo e profundidade com a sensibilidade, e, conhecimento. O Nosso Meio convidou dois profissionais da fotografia para falar sobre a profissão e tendências do mercado. Gustavo Ribeiro e Falcão Junior.

 

Gustavo Ribeiro compartilha que foi em sua formação em Publicidade e Propaganda em 2006 que descobriu a produção audiovisual e a fotografia analógica. Desde então iniciou sua trajetória de descobertas através da fotografia até a migração completa para o digital, passando por vários formatos e linguagens, hoje atuando nos segmentos de moda e fotografia publicitária, sendo proprietário do STUDIO DOKS.

 

Segundo o fotógrafo, as áreas de atuação do profissional em fotografia vêm se transformando, e tendências apontam para uma importância maior do trabalho autoral, um trabalho com uma identidade marcante. “Além disso, a tecnologia se faz cada vez mais presente, seja nos cursos à distância, que vêm democratizando o acesso à informação, seja nos próprios equipamentos, que incorporam recursos cada vez mais modernos, como por exemplo, o uso de drones para fotografia, explorando linguagens e ângulos bem específicos”, explica Gustavo.

 

“Nunca na história da fotografia esteve tão presente como hoje. O mundo se comunica através de imagens. A popularização dos smartphones, abriu as portas para um universo, de certa forma restrito, para que todos pudessem registrar suas imagens. Alguns profissionais do ramo encaram isso como ameaça, mas outros enxergam oportunidades. Uma coisa nunca vai mudar, a LINGUAGEM, COMPOSIÇÃO e LEITURA DA LUZ sempre estarão acima do ‘apertar botões'”, conta.

 

Gustavo explica o que um fotógrafo precisa para ter uma carreira de sucesso “Além do conhecimento indispensável, através de leitura, referencias e cursos de aprimoramento, a capacidade de gerenciar sua marca é crucial para saber onde se quer chegar na fotografia. Posicionamento é fundamental para atrair prospectos positivos”.

 

Sobre trabalhos que foram destaque em sua trajetória, Gustavo afirma que todos os trabalhos até hoje contribuíram de alguma forma para sua construção profissional, “mas trabalhar com moda é sempre um grande desafio. Já fotografei para marcas como Cholet e Lenita, e sem dúvida, foram trabalhos que me colocaram em outro patamar”, compartilha.

 

Já Falcão Junior, com 30 anos de carreira na fotografia deu os primeiros passos na profissão como auxiliar de Chico Albuquerque “ele é considerado o ‘Papa da Fotografia’ no Brasil, comecei a trabalhar com Chico dia 28 de junho de 1990, tive o prazer de conhecê-lo, sempre digo que o conhecimento que tenho foi da Universidade Chico Albuquerque porque ele tinha o prazer de ensinar e eu em aprender. Trabalhamos 10 anos e fiquei com ele até seus últimos dias conosco”, conta Falcão. “Foi muito bom e gratificante todo aprendizado, a sabedoria que ele tinha em ensinar”, acrescenta.

 

Segundo Falcão Junior, o mercado da fotografia possui tendências de reinvenção, principalmente após o período de pandemia. “Todo fotógrafo terá que se reinventar, praticar preços, se atualizar, ter uma visão maior dos clientes e prospectar”, diz.

 

Entre os trabalhos que marcaram sua carreira, um dos destaques foi o trabalho feito com Pelé e outros artistas, além da premiação oito vezes consecutivas do Festpro “fui a São Paulo fazer um trabalho com o Pelé para um cliente cearense. Outros com globais, como Renato Aragão, cantores famosos. Sempre é interessante fazer esses trabalhos porque dá muita visibilidade a minha função”, conta o fotógrafo. “Algo que marcou minha carreira foi ser premiado oito anos consecutivos no FestPro/Prêmio Assis Santos, como fotógrafo escolhido pelas agências cearenses”, afirma.

 

“Uma coisa que aprendi com Chico Albuquerque, é que você começa a fazer sucesso quando tiver pontualidade. Se você possuir pontualidade, bom gosto, for íntegro com clientes, modelos, figurantes e toda produção, já conta bastante. E, fazer as coisas com amor, fazer o que você gosta”, compartilha.

 

Falcão conta que gosta muito do que faz “eu durmo pensando nas fotografias, sonho fazendo fotografia, quando eu pego um trabalho grande fico ansioso para fazer, fico imaginando como farei aquelas fotografias, perco o sono preocupado se dará certo, se for uma externa, se não vai chover. Eu amo fotografia, amo muito!”, finaliza.