Entrevistas

Conheça a trajetória profissional de Silvia Montes na presidência da Heidelberg do Brasil

Publicado em

18/02/2022 09h00

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Economista formada pela Universidade de São Paulo (USP), com mestrado em Finanças pela Fundação Getulio Vargas (FGV), Silvia Montes trabalha há 23 anos na Heidelberg do Brasil. Iniciou como trainee e assumiu diferentes funções na empresa. Após 10 anos responsável por toda a área financeira, administrativa e de operações da Heidelberg, em abril de 2020 assumiu a presidência incorporando a parte comercial.

 

Silvia Montes revela que o exemplo é tudo. Ela cita “Mindfulness” como uma dica de leitura e afirma que, gestores acabam lendo muito conteúdo técnico e relacionado ao ambiente empresarial, mas é necessário abrir a mente para novos olhares.

 

“Como líderes, temos que estar sempre à frente, atualizados, tomando decisões corretas, nos reinventando o tempo todo, transmitindo energia, além de entregar resultados concretos. A pressão é enorme e a rotina puxada. Esse livro que indico, foge da questão corporativa e traz um olhar interno, permitindo uma reflexão pessoal sobre atuação eficaz e equilíbrio, que repercutem para uma liderança inspiradora e sábia. É muito importante estarmos conectados com nossos valores nos momentos decisivos”, afirma.

 

A Heidelberg é uma multinacional alemã fabricante de máquinas e equipamentos para a indústria gráfica, inaugurada em 1998 no Brasil. Com uma base instalada muito significativa e de forma crescente, a empresa tem um investimento direto e expressivo que vem crescendo o tempo todo no Brasil. Com a sua matriz em Santana de Parnaíba (São Paulo), o foco é em inovação e tecnologia, sendo reconhecida como líder de mercado mundial e no país.

 

Funcionando como uma provedora de soluções para a indústria gráfica, a Heidelberg conta com profissionais altamente qualificados para trazer o que há de mais moderno e eficiente ao cliente. No seu portfólio, apresenta os seguintes produtos: impressoras, equipamentos de pré-impressão, softwares Prinect, guilhotinas Polar, dobradeiras Stahlfolder, corte e vinco MK, dobradeiras-coladeiras MK, serviços de assistência técnica, consultoria, peças originais Heidelberg e produtos de consumo Saphira.

  

A Heidelberg do Brasil conta com uma equipe local de, aproximadamente, 130 pessoas, sendo os técnicos regularmente treinados pela Alemanha. Adicionalmente, dispõe de um estoque local de peças e consumíveis, assegurando pronto atendimento de mais de 85% dos itens requisitados. 

 

Para complementar o serviço, o Centro de Logística Mundial na Alemanha consegue enviar qualquer uma das 130.000 peças para o Brasil em um curto período, quando necessário. A Heidelberg é uma organização com foco no cliente, buscando uma parceria completa e assegurando maior produtividade e competitividade.

 

Em entrevista exclusiva para o Nosso Meio, Silvia Montes fala sobre a sua trajetória profissional e revela traços da sua personalidade. Confira na íntegra:

 

NM: Em relação à mão de obra qualificada, você considera que o mercado oferece os profissionais necessários para o trabalho? 

 

Silvia Montes: O sentimento do mercado é de que tem ocorrido uma evasão de profissionais da indústria gráfica para outros ramos de atividade. 

 

NM: A Heidelberg tem algum tipo de programa de qualificação e retenção para os profissionais do mercado?

 

Silvia Montes: Quando começamos a trabalhar nos desenvolvimentos para a Drupa 2020, sem dúvida, muitos clientes nos trouxeram essa dor da mão-de-obra.  Nós também observávamos uma busca da nova geração por oportunidades de trabalho em áreas com maior inovação e automação, logo assumimos essa  responsabilidade de assegurar atratividade em nossa indústria. A Heidelberg tem promovido esse interesse através da implementação da digitalização, do UX (Experiência do usuário) através de sistemas cada vez mais integrados e inteligentes, além, claro, de reforçar a parceria com o Senai para assegurar a formação e qualificação de mão-de-obra. Essas iniciativas, associadas à implementação da IA (Inteligência artificial) nos equipamentos, permitiram que o mercado enxergasse tecnologia no nosso setor, atraindo uma nova onda de profissionais,  criando novas formas de contribuições e elevando o nível de produtividade.

 

NM: Como foi a atuação da Heidelberg nos últimos dois anos, sabendo que foram os mais turbulentos dos tempos atuais devido a pandemia? Como foi a contribuição da Heidelberg para o mercado nesse período de crise? 

 

Silvia Montes: Nos dois últimos anos, buscamos ouvir ainda mais nosso cliente, entendendo os desafios e compartilhando caminhos e soluções. Através de uma base instalada com mais de 13 mil equipamentos conectados, pudemos antecipar tendências e trazer uma consultoria efetiva e de performance. 

Realizamos eventos como “Live Demos da fábrica”, semana da inovação, Tech Tour Internacional e Nacional, participação em feiras, destacando a China Print e o compromisso de trazer muitas novidades para a Expoprint, que ocorrerá de 05 a 09 de abril em São Paulo.

A recuperação do mercado global é perceptível em termos de investimento e estamos muito satisfeitos de reportar um desenvolvimento positivo de todos os segmentos. Conforme os números divulgados aos acionistas na última semana, devemos concluir este ano fiscal com pelo menos € 2,1 bilhões de vendas e já começar o próximo ano com aproximadamente 40% da meta cumprida com pedidos em casa. É algo que não víamos mesmo antes da pandemia e nos deixa muito contentes e certos de que estamos caminhando lado a lado com nosso cliente.

 

NM: Para qual segmento a Heidelberg pretende ter um olhar especial no mercado de 2022 em diante? Quais os projetos específicos que você pode compartilhar conosco para os segmentos promocional, editorial e de embalagens?

 

Silvia Montes: Todos os segmentos têm uma importância na indústria, merecendo nosso cuidado. O segmento editorial e promocional, ainda que apresentem crescimento mais modestos, desfrutam de margens mais robustas, justificando uma participação de mercado muito expressiva dos nossos clientes. O setor de embalagem e rótulos acompanha o crescimento global, sendo muito promissor. Temos soluções completas para cada segmento, mas acreditamos que todos precisarão cada vez mais da digitalização. Por isso, destaco a integração de ponta-a-ponta via o software Prinect, os assistentes inteligentes capazes de dobrar a produtividade e a robotização.

 

NM: Quais as entregas da Heidelberg para o mercado em 2022? (tech tours, visitas guiadas, feiras nacionais, feiras internacionais…)

 

Silvia Montes: Agora, especificamente, queremos encontrar todos os clientes na Expoprint, pois apresentaremos muito conteúdo, tecnologia e inovação.

 

NM: Na visão da Silvia, executiva presidente da Heidelberg, quais as perspectivas para o mercado gráfico em 2022? Qual o setor que mais deve crescer em termos de faturamento e em termos de lucratividade?

 

Silvia Montes: Nossas perspectivas são positivas. Ainda que haja uma volatilidade em decorrência da política, há certa previsibilidade na economia e vemos possibilidade de ganhos de produtividade no setor.

O crescimento do faturamento a longo prazo se dará em embalagem, mas o setor que terá maior lucratividade será aquele que conseguir melhor equacionar o custo produtivo, incluindo matéria-prima e equipamento (integração, tempo de acerto, manutenção), associada às novas demandas de mercado (baixas tiragens, coordenações logísticas, impressões eletrônicas). Nós, aqui na Heidelberg, estamos prontos para auxiliar nossos clientes nessa escalada.

 

NM: Quais os problemas que a Heidelberg pretende resolver para o mercado em 2022?

 

Silvia Montes: Nosso trabalho se fundamenta em assegurar melhoria contínua de performance do cliente. Com isso, continuaremos trabalhando na otimização de fornecimento de insumos, peças e serviços, além claro, de prover muita inovação em nossos equipamentos e um atendimento diferenciado pelo nosso time de consultoria.