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4 perfis de negócios. Qual é o seu?

Publicado em

07/03/2022 08h00

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A cada quinzena, a gente traz aqui algumas reflexões para afiar o radar dos negócios e das pessoas. A ideia é jogar um foco de luz sobre alguns comportamentos ou visões, que podem estar atrapalhando a criatividade e inovação de acontecer.

 

E nos últimos dias a gente observou que, quando se trata da visão e da forma de atuação dos negócios, conseguimos perceber 4 perfis diferentes.

1) Aqueles que não se adaptam.

2) Aqueles que quando a mudança chega eles correm para se adaptar.

3) Aqueles que antecipam as mudanças.

4) Aquelas que criam as mudanças.

 

Até arriscamos a propor um nome para cada um desses perfis. Sim, a palavra é arriscar mesmo, pois sabemos que ao “propor categorias” sempre corre o risco de acabar caindo em simplificações, reducionismos, mas vamos assumir esse risco por questões didáticas e entendendo que esse espaço também é um espaço para criar, compartilhar e trocar ideias.

 

Então, vamos ao nosso acordo: fique à vontade para comentar, discordar, propor outras visões e construir junto com a gente. Ok?

1) INOVAÇÃO ENGESSADA

São os negócios que não se adaptam (ou tem uma dificuldade enorme em implementar mudanças e modernizações).

A palavra “engessada” aqui, apesar de soar como clichê, tem uma importância crucial. O gesso é uma mistura que endurece totalmente de 20 a 30 minutos. O que vemos é que a grande maioria dos negócios para “pegarem” precisam de um composto de inovação. Precisa ter flexibilidade.  Tato. Ajustes. Alinhamentos. E eles começam geralmente com uma ideia ou um conceito minimamente inovador.

Nesse caso não seria justo chamar, por exemplo, de inovação nula. Até porque foi preciso inovar para empreender e fazer o negócio acontecer.

Mas o grande problema mora exatamente no engessamento dessa inovação.

O negócio “deu liga” e então os processos começam a se engessar, a empresa precisa criar protocolos e manuais de boas práticas para manter o padrão de atendimento e qualidade, a visão dos gestores e diretores vai ficando cada vez mais focada para dentro e então a coisa “endurece”. Lembra do sapo? Se não, confere o nosso artigo da última quinzena aqui da coluna Radar Nosso Meio.

A metáfora é perfeita, porque em negócios assim é duro sair algo novo e diferente. Muitas vezes o que acontece é um rompimento para que a coisa mude.

 

2) INOVAÇÃO REATIVA

São os negócios que só correm para se adaptar, quando não tem mais para onde ir (ou quando a concorrência inova na frente).

Negócios assim tem uma visão mais restrita, conseguindo enxergar no máximo o que os concorrentes principais estão fazendo, sem perceberem o movimento macro da inovação: cultura, comportamentos, novos conceitos, novas abordagens, novas tecnologias, novas formas de fazer.

Esse tipo de marca nunca chega em primeiro lugar nas corridas. Só está olhando para o próprio pé, para a linha de largada e para o pé do concorrente. Não está atento à corrida, olhando os obstáculos (e oportunidades) que estão logo à frente.

Eles até sobrevivem, porque vão dançando conforme a música. Mas sem conseguirem alcançar a relevância necessária para trazer soluções quentinhas para problemas quentinhos.

 

3) INOVAÇÃO PROATIVA

Nesse patamar, o negócio atingiu uma boa maturidade de inovação. Suas lentes e seus radares estão focados no futuro e nas possibilidades de execução no presente ou em um futuro próximo. São negócios que estão constantemente analisando tendências. Olham para o próprio negócio. Olham para o concorrente. Olham para o mercado. Olham para as pessoas. Olham para as novas tecnologias.

Conseguem antecipar mudanças. Vêem as afluências se formando no horizonte e já alinham suas pranchas para surfar as ondas das oportunidades.

Estão constantemente atentos às mudanças que podem matar o próprio negócio.

São empresas que trazem novidades. Que mudam processos. Que facilitam, agilizam, simplificam. Para elas, não tem desculpas. Não tem o vocabulário do “sempre fizemos assim”. E com isso elas conseguem se manter sempre à frente de suas categorias. Muito bem posicionadas e com a relevância sempre atualizada. São negócios que estão sempre se oxigenando por meio da inovação.

 

4) INOVAÇÃO VISIONÁRIA

Aí sim está o Mestre Yoda dos negócios. Uma empresa que alcançou esse patamar tem muito a nos ensinar.

Primeiro que elas não estão apenas atentas ao que pode matar o próprio negócio, mas elas mesmas buscam soluções capazes de fazer isso.

 

“Mate seu próprio negócio” é quase um mantra. Como Kotler nos diz: “torne o seu produto obsoleto, antes que a concorrência venha e faça”.

São empresas que criam setores, grupos ou “squads” para pensar fora da caixa. Para testarem ideias. Para repensarem processos, produtos, serviços, soluções, experiência do cliente e tudo que envolve o negócio.

São também negócios ambidestros: com a mão direita tocam bem o negócio atual, com a mão esquerda estão procurando e criando novas oportunidades para atuarem.

 

Agora, a gente pergunta:

E aí?

Respire fundo e nos responda com a sinceridade brutal que gostamos: Qual é a sua?

Que tipo de negócio você está engajado?

Que tipo de empresa você está criando?

Esperamos que esse texto seja um pontapé inicial para que você discuta com a sua equipe, seus gestores e diretores. E que seu negócio possa avançar nessa palavra tão fácil de dizer, mas tão difícil de praticar:

Inovação.

Neste espaço, quinzenalmente e sempre às segundas-feiras, Céu Studart e Thiago Baldu da Desencaixa Inova trarão reflexões, inquietações e orientações sobre futurismo e adaptabilidade.

 

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Céu Studart
Consultora de Marketing e Branding e Fundadora da Desencaixa Branding
Céu Studart é proprietária da Desencaixa Brading, onde realiza consultoria estratégica para marcas de vários segmentos e treinamentos. É estrategista de branding com mais de 20 anos de experiência no mercado. Foi embaixadora do Rock in Rio Academy by HSM (2019) e mentora do Founder Institute – Nordeste Virtual (2021), uma incubadora de negócios americana, fundada em Palo Alto, Califórnia (EUA). É publicitária. Especialista em Marketing (FGV) e Mestre em Marketing (UFC). Além da Desencaixa Branding, é também docente da graduação e pós-graduação, com mais de 17 anos de experiência, em cursos de graduação e pós-graduação, já tendo capacitado mais de 6000 profissionais.